terça-feira, 28 de outubro de 2014

Eliane Faria



 Eliane Faria
O bom gosto nasceu com ela. Aos cinco anos de idade, já ensaiava seus passos, na sala da casa do avô, o violonista César Faria, entoando os grandes enredos da fase áurea da Escolas de Samba. As preferências iam de Heróis da Liberdade, de Silas de Oliveira e Mano Décio da Viola da E.S. Império Serrano; Iaiá do Cais Dourado, de Martinho da Vila; o fundamental Chica da Silva, de seu tio Anescarzinho do Salgueiro, e naturalmente Memórias de Um Sargento de Milícias, de seu pai, Paulinho da Viola, para a Portela, campeã de 1966. Seletiva, portanto, a menina de Botafogo.
A afinação e a segurança foram heranças paternas. A beleza, o ritmo, a graça, o samba no pé e nas cadeiras, vieram da mãe Alcinéia Pereira, a mais bela passista do Salgueiro. E do padrinho Mauro Duarte, o romantismo com que interpreta seu Menino Deus, de uma forma tão bela, que seguramente Clara Nunes, sua criadora, assinaria.
Com esse back-ground Eliane Faria só poderia desabrochar na excelente cantora que é. Procurando fugir do rótulo de filha, neta, sobrinha, afilhada de geniais criadores da MPB, mas sem negar as influências, vem construindo uma carreira sólida na história da nossa música popular. A cada dia aprimora sua maneira pessoal de interpretar, que aliada à bela figura em cena, dominando palco e platéia, é motivo certo do sucesso de suas apresentações.
Estreando em 1994 no show A Filha Canta o Pai, foi surpreendida com a presença de Paulinho da Viola tocando pandeiro como simples ritmista. Fez apresentações respaldadas pela Velha Guarda da Portela, apresentou-se ao lado do velho companheiro Nelson Sargento. Cantou com Djavan, com Elza Soares, gravou com a Orquestra Sinfônica de Brasília, ganhou o mundo apresentando-se no Festival de Aarhus, na Dinamarca, onde foi agraciada em especial pela Rainha Elizabeth, que com ela encantou-se.
Não é privilegio real, pois quem a ouve percebe imediatamente estar na presença de uma cantora diversificada. O que pode ser constatado em seus shows e no mais recente CD, onde presta homenagem às vozes femininas que a encantaram na adolescência e contribuíram muito, para sua formação cultural e artística. Alma Feminina é a prova da constante evolução de Eliane Faria, que se espelhando em monstros sagrados como Elza Soares, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, D. Ivone Lara, as irmãs Linda e Dircinha Batista, Ademilde Fonseca, Maysa, Beth Carvalho, Cristina Buarque, Clementina de Jesus, resgatando a importância de Odete Amaral, absorve o que de melhor cada uma delas tem e se constrói como grande interprete e eventual compositora.
(fonte: http://elianefaria.com.br)

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