A natureza peculiar da verdade na arte.
Kurosawa define ao seus filmes como
« verdadeiros « .
Mais, o que significa esse termo ? São verdadeiros
para o seu espírito ? São verdades históricas ?
Acaso suas obras não contam com artifícios de luzes, efeitos
e sons ?
A « verdade » na arte não existe.
Pelo menos a « verdade científica ». Mesmo
na fotografia de « press ». O retoque é inevitável,
mesmo que o fato se negue ; sempre existirá corte na imagem,
correções de luz e contraste, etc. E isso, sem entrar em caminhos aínda mais
escuros, como famosas fotos
« históricas » que o tempo e a ciência
demostraram que foram cenas montadas.
Uma obra de arte nos arrasta para a
realidade por ela criada. As vezes, essa realidade é o mundo que o artista
percebe, seja real ou fictício. Trata-se de uma ação
transformadora que liberta o gênio criativo do artista.
« A discussão sobre a verdade
da obra de arte, mais uma vez, está inserida na continuidade
do processo criativo; assim, trata-se de uma verdade mutável, não
absoluta ao final . O que hoje é considerado
verdadeiro, pode deixar de ser amanhã. Essa verdade emerge da obra,
sob o comando estético do grande projeto do artista, também em contínua mutação. »Cecilia
Almeida Sales
« Expresso minhas verdades por meio de
mentiras » Buñuel
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